terça-feira, 10 de setembro de 2013

Com a corda toda: rima e poesia em N.I.



Por Ruth Maciel
NOVA IGUAÇU – município com 521,25 km² e 767.505 habitantes, conforme dados do IBGE e, para Miguel Bezerra, de acordo com ele próprio “o melhor repentista de Nova Iguaçu”: “[Nova Iguaçu] É o lugar do Rio de Janeiro que mais lembra o Nordeste”. Talvez por isso que, em 2010, foi criado o projeto Cordel com a Corda Toda.
Na Home Page do projeto há a seguinte de definição:

Cordel Com a Corda Toda é um projeto sócio-cultural que visa levar a Literatura de Cordel para as Escolas e Centros Culturais do Município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. A intenção é de usar a rica e diversificada cultura do Cordel não só por seu repertório cultural, através do qual celebramos e disseminamos a Literatura e a poesia típica dos cordelistas, mas utilizá-la como ferramenta de incremento do estudo da língua portuguesa e de seus possíveis modos de escrever e falar, assim como produzir a melhora do desenvolvimento linguístico dos participantes das atividades

A literatura de cordel é constituída de poemas ou narrativas rimadas com imagens xilografadas em folhetinhos que são expostos e/ou vendidos em cordas, como varais – originando assim o nome cordel. De acordo como site Cordel do Brasil: “Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores”.
No caso do projeto Com a Corda Toda, além da produção do material literário e editorial produzido através de aulas, oficinas e palestras, acontecem intervenções tendo o cordel como base nas escolas da rede estadual e municipal e também em espaços culturais através de interferências cênicas, declamação e conversa com cordelistas locais. Essas ações visam “disseminar a expressão tipicamente nordestina e utilizar o repertório da manifestação como forma de estimular o aprendizado da língua portuguesa”.
Pensando nisso, em 2011, o projeto realizou o primeiro Festival da Cultura Popular. O evento contou, além de atividades relacionadas com cordel como rima, oficina de xilografia etc., com exibições de documentários, exposições e esquetes.
O projeto conta com apoio do Ministério da Cultura e da Prefeitura de Nova Iguaçu, patrocínio da Eletrobras, e diálogo com a Academia Brasileira de Cordel, no Rio de Janeiro.

Contudo, o projeto e o já citado Miguel Bezerra não são os únicos indícios da marca dessa cultura e produção cordelista. A Baixada Fluminense, como um todo, conta com vários artistas e movimentos acerca do assunto, como cita o site Mapa da Cultura, o cordelista Jota Rodrigues é outro exemplo dessa produção, afinal já possui 400 obras editadas.
E, por fim, outro exemplo de manifestação e/ou evento que circunda o tema e mais, expõe que o cordel não é apenas manifestação da cultura popular, mas que também é tema de pesquisas acadêmicas - preocupação dos futuros profissionais de produção cultural - e que não está só em Nova Iguaçu, mas por toda a Baixada: durante a Semana de Tecnologia e Encontro Escola Comunidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - SEMATEC (de 02 a 06 de dezembro de 2013), IFRJ campus Nilópolis, acontecerá uma oficina de cordel , ministrada pela aluna do curso de produção cultural Sabrina Dias Veloso chamada “A mulher cordelista: o universo feminino na literatura de cordel” - oficina esta, originada de seu projeto de pesquisa juntamente com a coordenadora da Pró-Reitoria de Extensão do IFRJ Campus Nilópolis - Professora Andréa Motta. As inscrições podem ser feitas pelo site do evento (http://xixsematec.wordpress.com/oficinas/) dos dias 12 de agosto ao dia 23 de setembro de 2013. Entrada Gratuita.



Links acessados:
http://xixsematec.wordpress.com/oficinas/
http://www.novaiguacu.rj.gov.br/
http://www.significados.com.br/cordel/
http://cordeldobrasil.com.br/v1/

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