terça-feira, 10 de setembro de 2013

O imaterial em Mesquita – Folia de Reis Sete Estrelas

Por Pâmella Nunes
A Folia de Reis Sete Estrelas existe há 144 anos e é realizada no município de Mesquita no bairro Chatuba. É composta por 39 foliões sendo a maior parte composta pela mesma família, a família de Dona Mariana Neves dos Santos, falecida, que liderou a folia por muitos anos, visto que era moradora da cidade há 40 anos dando continuidade a tradição de ritos e cantorias herdados de seu avô desde o século XIX e pelo seu pai e que promete se prolongar por ainda mais gerações e que se estendeu para os cidadãos da região caracterizando o vínculo imaterial da mesma com seus integrantes e os moradores da região.
É realizada de forma totalmente autônoma e sem a participação do poder público mostrando um traço interessante, pois é considerado um patrimônio imaterial do povo que surgiu do próprio povo e não de uma elite que supostamente cria algo para um povo que vai aceitar passivamente como seu.  Criando-se assim um vínculo ainda maior, com um forte traço de identidade e memória e que acabou se tornando também um símbolo de orgulho, pois, de acordo com moradores, ajudou a elevar o nome de sua cidade com a conquista de vários troféus.
É, conforme o mapa cultural do Rio de Janeiro, a Folia de Reis de maior expressão na cidade tendo inclusive sido indicada ao Prêmio de Cultura do Governo do Estado na categoria Patrimônio Imaterial em 2011
Contudo, apesar do conhecimento e importância conquistados a Sete Estrelas passa por dificuldades financeiras e com isso acabam perdendo apresentações por falta de condução e roupas para as apresentações e é nesse momento que acredito que deva entrar a função do produtor cultural que tem, ou deveria ter, condições de conseguir atrair investimentos através de apoio, parcerias ou patrocínio para que esse rico patrimônio não se perca, se for essa a vontade de seus integrantes e dos moradores locais.
E para o deleite de todos que nos acompanham, o Mochilão Imaterial traz algumas fotos da Folia registradas entre 2006 e 2008 pelo fotógrafo José Roberto Pedroza e que virou exposição no Centro Cultural Light até janeiro de 2013.








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