Fundada em 1993, com sede no bairro Parque São Vicente,
em Belford Roxo, a Inocentes vem aparecendo desde 1994. Assim como suas vizinhas Grande Rio e
Beija-Flor, ambas símbolos materiais e imateriais das suas respectivas cidades, ela também
busca seu lugar ao sol, quando declara que “mostrou que ainda existem escolas
de samba fortalecidas por comunidades inflamadas de paixão e orgulho num
resgate que há muito o Carnaval do Rio não via.” Na Escola, passistas tem que
esbanjar simpatia e a Velha guarda, honrar compromisso. Ela vem crescendo e
delineando uma identidade, um tanto deixada de lado no Município, mobilizando
cerca de 400 pessoas, durante oito meses no ano, tendo reconhecimento do
público local e os holofotes da Sapucaí.
Entendendo que uma única forma de expressão, não deva
necessariamente ser a única identificação de um local, ainda sim a Inocentes de
Belford Roxo pode representar sua cidade e população. Dentro de uma quadra de
escola de samba, muitas coisas podem ser desenvolvidas, passadas, reafirmadas e
transbordadas. Se os responsáveis por essa comunicação, gestores culturais
principalmente, conseguirem perceber que um local, que se mantém do carnaval,
também existe fora desse período e têm necessidades tão emergentes quanto,
valorizando e dialogando com a comunidade que abraça essa escola, falando sua
língua, a sustentabilidade que se deseja na sociedade contemporânea, pode ser
alcançada. Um movimento cultural popular não tem dono, mas tem vozes e caras.
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