domingo, 1 de setembro de 2013

Um pedaço do Nordeste no coração de Caxias

Por Ruth Maciel

           DUQUE DE CAXIAS – Terceira cidade mais populosa do estado do Rio de Janeiro e única representante da Baixada Fluminense na Revista Turismo Brasil – Projeto Copa 2014. Seu nome homenageia um de seus mais ilustres moradores: Marechal Luiz Alves de Lima e Silva – o Duque de Caxias. Além do Patrono do Exército Brasileiro, Caxias conta com uma série de outras personalidades famosas nascidas ou moradoras do lugar como o polêmico pai-de-santo, já falecido, Joãozinho da Gomeia; o  político Tenório Cavalcanti – o Homem da Capa Preta, cuja história já rendeu até filme; e o sambista contemporâneo Zeca Pagodinho, oriundo do distrito de Xerém.
            Além das personalidades, Caxias possui, de acordo com o catálogo do site MapadeCultura.rj, 44 patrimônios divididos em 6 categorias: Agenda Fixa, Espaços Culturais, Gente, Destaque, Patrimônio e Outras atrações. 
        Caxias ganha fama por seu forte crescimento industrial nas últimas décadas que somado à sua localização - a poucos minutos do Aeroporto Internacional Tom Jobim, entre as cidades do Rio de Janeiro e de Petrópolis – propicia o turismo e a migração para a localidade.

              Em entrevista para Ruth Maciel e Márcia Tranhaque, em 2012, Daniel Eugênio Figueiredo, na época superintendente de Cultura e Turismo, relatou algumas ações da secretaria como: a semana do dia do padroeiro - Santo Antônio onde a Feira da Comunidade é realizada; a Estação do Samba que reúne de 3 a 5 mil excursionistas para rodas de samba; o Canto da Cidade (à noite, shows de MPB no centro do município com artistas de Caxias - os Prata da Casa); o Concurso de fotografia com ênfase e objetivo de exaltar os patrimônios naturais e materiais da cidade; as Feiras de Artesanato Itinerantes para os distritos de Caxias que leva expositores da Capital para lá e ainda exalta expositores locais também; o Festival Nacional de Teatro que conta com participação e presença de 8 estados e já está em sua oitava edição; o Projeto  “O teatro vai à escola” e “A escola vai ao teatro”; a restauração e tombamento à casa de Tenório Cavalcante; criação do Palácio da Cultura com designer de Oscar Niemeyer  e criação do Museu da Memória Política, na casa onde nasceu Duque de Caxias – dentre outras ações.

          Daniel Eugênio Figueiredo também ratificou que o posicionamento geográfico da cidade auxiliou muito para a migração de pessoas do norte e nordeste do país para Caxias. Afirmou que a presença desta cultura pode ser vista mais evidente no evento chamado FORRÓ NA FEIRA evento que acontece, disse, já há mais de 15 anos (no site MapadeCultura.rj informa 13 anos) e que possui duração de 24 horas em todos os finais de semana, começando sábado às 20 horas e terminando às 20 horas de domingo.

            O FORRÓ NA FEIRA é similar à FEIRA DE TRADIÇÕES NORDESTINAS de São Cristovão, na cidade do Rio, antes de entrar no Pavilhão Luiz Gonzaga: barracas na rua, espaço de convivência entre moradores e visitantes, manancial de inúmeros segmentos artísticos. Além de gastronomia o visitante encontra artesanato, música e outras especificidades da cultura nordestina/caxiense.
        O MOCHILÃO IMATERIAL não encontrou o registro desta manifestação no IPHAN, mas encontrou no site oficial da secretaria de Turismo e Cultura de Duque de Caxias, o site VisiteDuquedeCaxias.com, material de divulgação e informações pertinente aos dias e horários que acontece.

              Agora a feira tem espaço definitivo e legitimado pelo governo local: funciona na Avenida Presidente Vargas, Jardim Vinte e Cinco de Agosto, sob organização da Secretaria de Cultura do Município.
           É aparente que esta manifestação cultural mobiliza a visitação de turistas que geram renda não só para os comerciantes da feira como também para o próprio município de modo geral (transporte, economia local etc) e ainda impulsiona, nestes visitantes, possivelmente, a vontade de conhecer algo mais da cultura material e imaterial do local.  

        

Referências:
GONÇALVES DA SILVA. Joãozinho da Gomeia: o lúdico e o sagrado na exaltação ao candomblé. In Caminhos da Alma – Memória Afro-brasileira. Selo Negro Edições. São Paulo; Summus, 2002.
MAPA DA CULTURA.  Forró na Feira. Disponível em: <http://mapadecultura.rj.gov.br/duque-de-caxias/forro-na-feira/>. Acesso: 01 de setembro 2013.
PORTAL VISITE DUQUE DE CAXIAS. Disponível em: <http://visiteduquedecaxias.com.br/>. Acesso em: 01 de setembro de 2013.
REVISTA TURISMO BRASIL – RIO DE JANEIRO. 12ª Edição. Maio de 2012. P. 18 – 19.

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